O ZUMVÍ – Arquivo Afro Fotográfico acaba de lançar o site www.zumvi.com.br e uma exposição virtual Memórias de Resistências Negras, com 55 imagens que trazem 08 temas de importantes momentos da história e trajetórias do movimento negro. Na exposição, os visitantes encontrarão registros de Militantes Falecidos do MNU, Nelson Mandela na Bahia, Política de Ações Afirmativas, Grupo de Mulheres MNU, Manifestação Contra Intolerância, Quilombo Rio das Rãs, Marcha Contra o Genocídio do Povo Negro e Três Grandes Pautas.
Além de abrigar a exposição, o site trará o Catálogo Virtual. O intuito é democratizar o acesso ao acervo para pesquisadores e população em geral interessados em fotografia e o percurso de fotógrafos negros. Para os interessados em adquirir fotografias do acervo, o site disponibilizará um canal de comunicação. O acervo, composto por cerca de 30.000 negativos sobre a cultura afro-baiana, só estará disponível no site à medida que for digitalizado. Segundo Lázaro Roberto, fotógrafo e idealizador do ZumvÍ, “No segundo semestre pretendemos começar a executar o projeto de digitalização + plataforma digital, e quando a plataforma estiver pronta o internauta poderá acessar todas as imagens.”
A Exposição propõe revisar a exposição “Memórias de resistências negras”, realizada com sucesso na cidade de Salvador, em 2018. A curadoria é de Tina Melo.
O ZUMVÍ Arquivo Afro Fotográfico surgiu em 1990 pelas mãos dos fotógrafos Lázaro Roberto, Ademar Marques e Raimundo Monteiro, três jovens negros das periferias de Salvador comprometidos com o registro das atividades culturais e políticas, e a produção de imagens da cultura afro-brasileira.
O acervo, nos cerca de 30 anos, recebeu muitas colaborações, como a do poeta e militante Jonatas Conceição da Silva, que doou todo seu acervo, composto de 1.618 fotogramas, em P&B, e colorido, em 2006, pouco antes de seu falecimento. Também o fotógrafo Rogério Conceição, desde 2016, vem doando seu material fotográfico, que são os registros de eventos do movimento negro nas décadas de 80 e 90. Em 2020, o Zumví recebeu uma doação de arquivos, no campo do audiovisual e do cinema negro. Parte do acervo do cineclubista e militante Luiz Orlando, falecido em 2006, foi doado pela sua família, que se encontra em dois meios: o físico, com cerca de 8.273 laudas, são fotografias, documentos, cartazes, xerox, cadernetas, entre outros; e o digital, 8.273 documentos de caráter diversos, como jornais e impressos. O acervo é dividido pelas seguintes temáticas: Afoxé, Artistas negros, Blocos Afros, Blocos de Índio, Capoeira, Quilombo Praia Grande Ilha de Maré, Cordeiros, Estética Negra, Feira de São Joaquim, Festas Populares, Hip Hop, Irmandades Negras, LGBT, Moradia, Moradores de Rua, Movimento de Mulheres Negras, Movimento Negro, Movimentos Sociais, Pichação, Quilombo, Religiosidade, Subúrbio Ferroviário, Universo Reggae e Vendedores Ambulantes.
Projeto foi contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal”.