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Rodas de conversa marcaram mês da Consciência Negra

Texto e fotos por Heide Duarte

Evento contou com mais de 300 participantes e discutiu questões de estética, empoderamento, identidade e representatividade negra

Nos dias 21 e 22 de novembro, o teatro Eva Hertz, na Livraria Cultura do Salvador Shopping, foi palco de rodas de bate-papo em celebração ao mês da Consciência Negra. As atividades foram organizadas em dois momentos. O primeiro, com oficinas práticas e, no segundo, diálogos sobre a temática negra. De acordo com a produção do evento, cerca de 300 pessoas participaram da iniciativa.

No primeiro dia, ocorreu a Oficina de Automaquiagem com Afromake. As maquiadoras Karoline Lima e Cláudia Isabele falaram sobre a importância dos cuidados com o rosto, principalmente, a higienização e identificação do tipo de pele.

O bate-papo sobre “Mulher Negra. Estética e Empoderamento” contou com a presença das convidadas Dra. Katleen Conceição, a única dermatologista especialista em pele negra do Brasil, Naira Gomes, antropóloga e organizadora da Marcha do Empoderamento Crespo – Salvador e Jamile Menezes jornalista, que mediou a conversa. “A estética é forma, significado, negociação, por isso o cabelo é muito importante”, conceitua Gomes. A necessidade de manter a autoestima elevada foi colocada por todas, que destacaram a estética, como uma grande aliada.  

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Drª Katleen Conceição fala de proteção e cuidados para pele negra

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Blogueiras do Afromake dão dicas e ensinam truques para maquiar a pele negra

A filósofa e Secretária Adjunta da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo Djamila Ribeiro, Noemia Oliveira e Orlando Caldeira participaram do projeto “# Na roda com o Desabafo Social”. Permearam a conversa questões ligadas à representatividade da mulher negra e do homem negro na TV, nos espaços de destaque da sociedade, a importância dos estudos e a valorização do conhecimento. A mediação foi conduzida por Monique Evelle, influenciadora digital. “É de grande importância a criação de espaços de fortalecimento para o cuidado das questões do negro”, ponderou Djamila Ribeiro.

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Quadro resignificado pelo projeto Identidade

 

 

O Projeto Identidade, que está na segunda edição, é idealizado pela pedagoga e atriz Noemia Oliveira e pelo ator Orlando Caldeira, cujo objetivo é questionar a representatividade do negro a partir da releitura das personagens brancas dos grandes clássicos mundiais da literatura, artes plásticas e cinematografia.

O evento aconteceu sob a curadoria de Ilka Danusa, também, cofundadora do Instituto Mídia Étnica, que afirmou a relevância e importância do evento, além da presença expressiva do público para uma primeira edição.   

Oficinas

Na parte prática da oficina de maquiagem, as participantes aprenderam a esfoliar, tonificar e utilizar o protetor solar. Os produtos de várias marcas de cosméticos foram disponibilizados pelas maquiadoras para o uso das participantes, que seguiram o passo a passo de como se maquiar.

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Participantes da oficina comemoram resultados da automaquiagem

 

 A oficina de turbantes ficou por conta de Dete Lima, estilista dos turbantes do bloco afro Ilê Aiyê e da historiadora Catarina Lima. Para oficineiras, atitude é a ação da vez, quando uma mulher ou um homem resolvem usar um turbante. Principalmente, quando essa amarração carrega a história do povo negro, valorização da beleza negra e afirmação de uma identidade. “Não gosto de falar, mas, minhas mãos já falaram muito”, emociona-se Dete Lima, quando perguntada sobre a atividade de fazer os turbantes das Rainhas do bloco afro, dos convidados, associados do bloco e de quem mais chegar à sede.

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Dete Lima e Catarina Lima falam de criação afirmativa, na qual, os elogios constantes fazem a diferença no fortalecimento da autoestima

 

    

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